(Atenção: é para ler “mal ditas”,
duas palavras, e não “malditas”, de maldição)
1
Na Assembleia Legislativa.
Discursa um deputado conhecido por usar muito a tribuna e não ter muita
preocupação com a gramática. “Presidente, comunico que um imenso rebanho de
peixes está subindo o Rio Madeira”.
Outro deputado estadual, Cloter
Mota, conhecido pela fina ironia da qual era usual, aparteou: “Excelência,
quando um cardume de vacas chegar a sua fazenda também registre nos anais desta
Casa”.
2
O governador, à época do
Território, visitava as cidades da BR-364 e parou primeiro, como fazia sempre,
na porta da casa que servia de quartel e delegacia, cuja autoridade maior era
um cabo. Ele desce do carro e chama: “Cabo!”.
Semi-deitado numa cadeira, as pernas sobre uma mesa, os pés nos coturnos com os
cadarços abertos, a gandola toda desabotoada, o cabo nem se mexe, mas
responde: “Que é, porra!”. O governador repete, aí com mais autoridade: “Cabo!”.
O cabo desperta, nem sabe se
amarra os cadarços, se fecha a gandola, se beija o chão ou se pede perdão.
3
Em viagem pelo Rio Madeira a
comitiva do governador chega a uma vila e para acessar à comunidade tinham de
subir uma escada com degraus de barro. As professoras, já avisadas, haviam
disposto os alunos dois a dois por degrau. O governador vai subindo, acaricia
uma criança aqui, pergunta o nome ali e chega ao topo. Lá havia uma mocinha e
ele pergunta: “Quantos anos você tem?”. E ela, talvez pelo nervosismo, “Tenho
13 anos, mas já fudo, viu seu coronel”.
4
Não foi puxasaquismo, apenas
aquela história de frases mal ditas. Era uma reunião com membros de um grupo
profissional do Estado e o orador provocou risos da platéia ao afirmar que “O
nosso presidente é um homem que penetra muito bem”. Até a esposa do presidente
riu, ainda que constrangida.
5
Um programa do governo Sarney era
o de dar “um litro de leite/dia por criança”. Num município do cone sul, na reunião
semanal um vereador assomou à tribuna e criticou duramente a responsável pela
distribuição do leite, que era vereadora. Lógico que ela ficou sabendo do fato
e na próxima reunião respondeu:
“O vereador meteu o pau em mim
por trás, mas eu quero saber se ele é homem de me meter o pau pela frente”.
Não houve réplica porque o
vereador acusador estava ausente.
6
Essa é daquelas promessas que não
devem ser feitas em qualquer momento, mas que são comuns em campanhas
eleitorais. Num município do eixo da BR, na disputa de 1982 um comerciante era
candidato a vereador e quando desafiado que não conseguiria nem 50 votos
resolveu apostar.
“Se eu tiver menos de 100 votos
eu como um barril de merda”. Perdeu a eleição e a aposta: teve menos de 40. No
dia seguinte à contagem dos votos um grupo de amigos juntou um tambor de merda
de boi e foi cobrar o cumprimento da promessa. Que não foi cumprida
7
Em Pimenta Bueno, no hotel Céus
de Rondônia, no início da década de 1970. O hotel era o melhor da cidade e o
governador estava hospedado ali. Ele resolveu ficar enquanto sua assessoria foi
zoar pela Pimenta Bueno sem luz elétrica, lama para todo o lado e opções zero
para diversão. Lá pelas tantas o grupo retorna e um dos assessores ao entrar
escuta sons como se alguém estivesse tendo relações sexuais.
Segundo alguns assessores, é que
o governador era dos que quando “abatia uma lebre” a vizinhança ouvia o
esturro. O assessor não se contém e resolve empurrar a porta do quarto de onde
vinham os sons, gritando “Tem alguém trepando aqui; eu não admito alguém trepar
no hotel em que o governador está dormindo”.
Saiu “voando baixo” quando viu
quem estava “trepando” no quarto.
Para evitar qualquer mal entendido, é bom dizer que o governador envolvido na história do hotel Ceus de Rondônia, em Pimenta Bueno, era viuvo, ou seja, não não havia primeira-dama para criar problema.
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