O dia da mentira e os
mentirosos de Porto Velho
(Texto do jornalista Zé Katraka, publicado no jornal Diário
da Amazônia, 1º de abril de 2014 e republicado neste blog com Autorização do autor, a quem sou Grato - Lúcio Albuquerque)
Antigamente o termo, “é mentira”, era utilizado como deboche
no dia 1° de abril, o que hoje já não é tão utilizado apenas nesse dia, infelizmente.
Bom, o que queremos produzir com esta crônica, é uma homenagem a alguns dos maiores
mentirosos que por aqu passaram e alguns moram até hoje.
Um dos grandes mentirosos que morou em Porto Velho foi o médico
Dr. Dermeval. Dermeval e suas “mentiras”
ficaram tão famosos que seus amigos, sempre na madrugada do dia 1° de abril, se
reuniam e faziam Alvorada em frente à sua residência.
Ele contava na maior cara de pau, que certa vez, em viagem a
Guajará Mirim o trem da Madeira Mamoré descarrilou nas proximidades do Iata e
um compadre dele, com dor de barriga foi ao mato e levou a mochila. Quando
terminou, abriu a mochila e tinha um disco de Valdick Soriano por cima do
papel, ele tirou o LP colocou numa pequena árvore ao lado. O certo foi que
esqueceu o disco
Em outra ocasião, andando pela mata, juntamente com o Dr.
Dermeval, ouviu: “Quem-é, quem-é, quem-é... Olhou pro médico surpreso e até
meio assustado. O instinto levou os dois a procurar de onde vinha aquele som:
Quem-é, quem-é...
Quando viram estavam embaixo de uma laranjeira e quando
olharam pra cima, viram um pedaço daquele disco do Valdick que com o vento
raspava no espinho da laranjeira, justamente na parte da música que dizia: Quem
és tu para querer manchar meu nome”.
Dermeval jurava que isso aconteceu de verdade. “Vi com esses
olhos que a terra irá comer!”.
Meu amigo Manelão também carregava a fama de contador de “lorota”.
Morreu afirmando que certa vez, passou por entre as torres da Catedral de Porto
Velho pilotando um avião paulistinha.
Isso jamais poderia acontecer uma vez que se realmente ele
passasse com o avião por entre as torres da igreja, bateria Cúpula.Seu Xavier
que foi dono de parte das terras que formam a localidade de Belmonte. Certa vez
recebeu em seu comércio, duas pessoas se dizendo turistas, que queriam saber se
realmente ele era grande pescador e preparador de Tartaruga.
“Ora meus amigos, podem acreditar, sei preparar mais de oito
pratos de tartaruga. Por um acaso acabei de matar uma tartaruga la na beira do
Lago do Cuniã, se os senhores quiserem esperar, preparo a “Franga” para o
almoço, os dois eram fiscais do IBDF e então se apresentaram, anunciando que
seu Xavier estava sendo autuado porque estava pescando tartaruga o que até hoje
é proibido por Lei. Xavier muito tranquilo, palitou os dentes, fez pose e
falou.
“Os senhores acabam de conhecer o maior mentiroso da
Amazônia Antônio Xavier do Belmonte seu criado!
Aproveitamos a oportunidade para homenagear também os políticos
por mais um dia 1° de abril! Salve o Dia da Mentira!
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