A PERIQUITA QUE APITAVA
Lúcio Albuquerque
Quem faz campanha política vê, escuta e sabe cada uma.... Essa aí foi na campanha de 1990. Eu assessorava a candidatura do deputado Osvaldo Paiana a governador e fomos ao Bairro Socialista, que estava começando na zona leste de Porto Velho.
Visita de casa em casa, o Piana à frente, seguido de um batalhão de cabos eleitorais, candidatos e seus cabos eleitorais, enfim uma autêntica invasão.
Como sempre eu não pedia votos, apenas ia, anotava, não dava palpite. E foi na hora de ir embora que uma candidata a deputado estadual teve vontade de urinar. Chegou com a dona de uma casa que, toda lamentosa, indicou onde era a casinha. No fundo do quintal.
A candidata foi, saiu, nem tinha onde lavar a mão e vai saindo quando tocou o bip, um aparelhinho precursor do celular, mas cujos portadores olhavam para nós, não usuários, como se fossem seres superiores. Tocou, ela parou, viu a mensagem, quando o garoto perguntou o que era aquilo.
Na tela do bip aparecia o número do telefone que chamava.
Era só procurar um orelhão e dar retorno
Talvez para fazer graça a candidata - que chegou a ser deputada - disse ao menino que o barulho era porque quando tinha vontade de urinar aí apitava. Entrou no carro, foi embora.
Duas semanas depois a candidata volta ao mesmo local e o menino está sentado na porta da casa. Quando a vê se aproximando ele grita:
Mão, lá vem aquela mulher que quando quer mijar a periquita dela buzina!
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