GOVERNADOR, O SENHOR PERMITE?
Lúcio Albuquerque (*)
Quem já participou de campanha política, ou quem, antigamente, ia aos comícios, já deve ter passado ou ouvido causos como esse aí, que teria ocorrido numa cidade interiorana do Ceará, na campanha de Tasso Jereissat ao Governo.
E aconteceu porque na hora da comitiva sair para uma cidade maior, onde pernoitaria, caiu um daqueles temporais que deixam qualquer estrada bem cuidada, e as de lá nem eram cuidadas, em péssima situação. Aí a comitiva decidiu ficar.
Só que na cidade nem hotel tinha, e na hora de decidir onde o candidato a governador iria dormir ficou acertado que seria na casa de um inflamado cabo eleitoral da campanha, cidadão bem humilde e que não era de levar desaforo para casa.
Empolgado, quando o tal cabo eleitoral foi discursar disse de sua honra imensa, de sua alegria enorme, de seu prazer em poder registrar para a sua história que o candidato a governador dormiria ali.
Mandei preparar o meu próprio quarto, minha mulher botar a melhor roupa de dormir na cama......
Foi quando um da plateia decidiu fazer graça:
Dá o ... prá ele, desinfeliz......
O orador nem, perdeu a linha, mas fez questão de, primeiro, pedir a bênção a Jereissat:
Dá licença, governador, o senhor permite?
Claro que o candidato não iria deixar de permitir, até porque não contava com o que vinha. Foi aí que o orador, empolgado, devolveu ao folgado da plateia:
Dar prá ele eu não dou porque eu sou muito macho, mas se você quiser eu como você, como qualquer um e até o governador.....
(*) Causo contado pelo cearense Consumê
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