PRENDERAM O AUTOR ERRADO
Fazia
poucos dias que o jornalista Ciro Pinheiro chegara a Porto Velho, EM 1967, para passar alguns dias e lá se vão quase 50 anos.
Ele se hospedara na
casa de um parente que tinha um estabelecimento comercial. Estava lá quando
parou o jeep da polícia e o chefe da patrulha intimou: O delegado Melo mandou
chamar o senhor na delegacia.
Sem
entender nada Ciro foi. Ao entrar na sala do delegado Ciro levou uma esfregação
braba. Esse pessoal que vem de fora pensa que aqui só tem índio”, dizia o
delegado.
O Ciro parou, ficou olhando sem nada entender. Quis argumentar, mas dois policiais
colocados atrás dele o impediram.
O
delegado Melo começou a falar dizendo que o Ciro havia feito mal (*) a uma moça –
e só aí foi que o Ciro notou que havia uma mulher jovem na sala, com uma criança no
colo.
Agora o senhor tem de resolver essa parada (**) ou vai ficar preso, gritou o
delegado.
A
sorte, conta o jornalista, é que a mulher levantou e disse: Doutor delegado, meu autor (***) não foi esse aí não. Foi outro Ciro.
A coisa acabou, e depois de
algum tempo o delegado Melo e o Ciro ficaram amigos. Mas quando comenta o causo o Ciro, sempre calmo, diz que poucas vezes na vida ficou tão nervoso.
(*) - feito mal - Na linguagem policial de então, era seduzir e deflorar a jovem.
(**) - resolver essa parada - Escolher entre casar ou ser preso.
(***) - meu autor - O que havia seduzido e deflorado a jovem.
OBS: O texto consta do livro que o Ciro está preparando e deve ser lançado até ano que vem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário