Antes de continuar é preciso deixar alguns pontos bem claros:
1) conheci o governador Jorge Teixeira quando ele chegou a Manaus, aí por volta de 1967 ou 68.
2) nunca trabalhei com ele, tanto na prefeitura de Manaus quanto quando ele foi governador de Rondônia.
3) não vim de Manaus com ele em 1979, cheguei a Rondônia em 1975;
4) tive sempre pelo Teixeira o mesmo respeito que dediquei durante mais de 40 anos de reportagem com todas as minhas fontes de notícia.
5) sempre deixei claro que o considerava bem, mas não privava de sua amizade, de ir a sua casa, etc.
6) talvez por isso há quem pense que tenho raiva dele, porque não sou de louvá-lo.
Vamos à história:
1980 - O governador Jorge Teixeira reuniu os secretários e levou pela BR-364 no que chamavam de "Governo Itinerante". Eu e outros colegas da Imprensa fizemos a mesma viagem, até porque era período de batalha pela criação do Estado e normalmente nós cobríamos esses encontros.
Em Pimenta Bueno Teixeira reúne os secretários com lideranças locais inclusive o prefeito Vicente Homem Sobrinho. Estou encostado lá no fundo, anotando.
De repente, sei lá por qual razão, o Teixeira vira-se e diz
- Olhaí, Lúcio, escreve direito o que eu estou dizendo.
No hora, para espanto de muitos, respondi:
- Governador, eu nunca fui ensiná-lo a governar, então não venha me ensinar o meu ofício.
Ele riu muito, depois conversamos e pensei que a coisa estivesse parada aí. Dias depois chegou-me às mãos a carta endereçada por uma assessor de Teixeira ao jornal O Estado de São Paulo, pedindo que me demitissem por ter tratado mal o governador. Cópia dessa carta chegou a mim através de uma fonte do gabinete da assessora.
Viajei a Brasília e na volta, no aeroporto, um secretário do governador. "Lúcio, o coronel está uma fera contigo". Respondi: "Amigo, eu vou ficar preocupado no dia em que a dona Fátima estiver uma fera comigo. Quanto a ele, mantenho meu respeito mas não me abalo".
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