segunda-feira, 31 de março de 2014

HISTÓRIAS DE ELEIÇÕES 1

EMPRENHANDO A URNA INVIOLÁVEL

Era nos tempos das disputas entre cutubas (*) e peles-curtas (**), entre partidários do coronel Aluízio Ferreira e do médico Renato Clímaco de Medeiros, nos tempos do Território Federal em que a Justiça era apenas, quando tinha, um juiz e a segunda instância no Rio de Janeiero (depois em Brasília), no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, onde as
apelações daqui acabavam desaparecendo com a priorização das ações da própria Capital Federal.
O causo presente se deu no tempo das disputas brabas, aí pela década de 1950/1960, quando a Justiça eleitoral funcionava numa casa onde, depois, foi instalado o Museu da dita cuja, ali na Prudente de Moraes.
Votação encerrada, urnas recolhidas ao prédio da Prudente, ninguém entrava, só o juiz e o pessoal da Justiça, e as urnas numa sala “inviolável”.
Na calçada em frente a vigilância era de soldados do Exército, armados e embalados. Passagem só pelo meio da rua ou pela calçada do outro lado, onde cabos eleitorais, eleitores e curiosos faziam vigília. Mas havia espaço para emprenharem urnas.

No dia seguinte, abertas as urnas, não dava outra: urnas emprenhadas e o recheio acabava dando
a vitória ao candidato beneficiado pela invasão que ninguém viu.
Em tempo: o ato de tirar os votos e rechear a urna com os do candidato interessado era conhecido por “emprenhar a urna”.

(*) Cutubas – Partidários do coronel Aluízio Ferreira, normalmente seringalistas, grandes comerciantes e funcionários públicos.
(**) Peles-curtas – Partidários do médico Renato Clímaco de Medeiros, grupo que reunia quem não era cutuba ou alguns daquele grupo que preferiam não apoiar Aluízio.

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