domingo, 16 de março de 2014

Deus é fiel. E você, é? (Conta-gotas 3/2012)

Este comentário fiz há dois anos. Interessante que até agora rende opiniões, críticas e outras coisas mais, especialmente de quem não leu, mas ouviu falar, e/ou simplesmente achou que eu sou ateu. Paciência. Tire sua conclusão:

Uma frase muito comum ouvida, lida e comentada em locais os mais diversos, da chuteira do jogador de futebol à camiseta do caminhante ou ao parabrisa do carro, em qualquer cidade, é uma espécie de coqueluche espalhada sabe-se lá por qual motivo, mas que parece querer colocar os que a usam como se estivessem acima do Ser Supremo.
Refiro-me à frase "Deus é fiel".
Ora, convenhamos, alguém tem dúvida? Essa pergunta eu fiz recentemente ao comentar a febre do uso da frase, como se alguém estivesse tentando vender um produto novo e, daí, começou o período de espalhar a notícia, de massificar a citação num golpe de marketing.
Em busca de saber se alguém tinha dúvida sobre esse assunto, questionei o que me pareceu ter gerado a maior confusão de parte de pessoas que, se dizendo evangélicas ou membros de grupos mais ortodoxos da igreja católica, mandaram mensagens criticando-me, numa clara possibilidade de não terem entendido daquilo que afirmei num Conta-gotas em 2010.
"Você deve ser ateu", vociferou uma mulher ao telefone, e eu tive de dizer-lhe que, pelo contrário, sou crente Nele, mas só não concordo é com o abuso de Seu nome como se fosse um rótulo comercial. E acrescentei: "Senhora, não acredito que haja alguém efetivamente ateu. Tem muito jogo de cena".
Então, se acho correto falarmos de Deus, discutimos Sua criação porque estranho a proliferação do uso da frase "Deus é fiel". "Você está se contradizendo", afirmou um homem que alegou ser membro de um grupo de catecúmenos - segmento católico.
E eu tive de responder a todos - costumo responder a todos os email que recebo, algumas vezes aplaudindo, outras criticando, mas sempre mostrando que, usando o princípio bíblico do "livre arbítrio", eu tenho o direito de pensar, analisar e dizer o que entendo seja uma verdade.
Daí que o incômodo aos que reclamaram foi porque, pegando o gancho da frase (que serve até de slogan de campanha política), eu arrematei com uma pergunta simples. Escrevi lá: "´Tá bom. Deus é fiel. Agora, você é fiel?".
Tenho certeza que foi exatamente esse questionamento que mexeu com os reclamantes, porque os levou à introspecção. Ora, entendo que Deus não precisa provar a ninguém, nem alardear, que Ele é fiel a nós.
Nós é que temos de nos voltar, olhar no espelho da nossa consciência e ter a coragem (e aí empaca a coisa, porque muita gente não tem a coragem de fazer um exame de consciência e assumir possíveis erros), e responder francamente: "E eu, sou fiel?".
A pergunta continua no ar: Eu sou fiel? Quero ver quem tem coragem de vir e atirar a primeira pedra. Melhor: quem tem a coragem de responder "não".


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